Lua Negra

Também chamada Lilith, é um ponto fictício na trajetória orbital da Lua ao redor da Terra; mais praticamente, trata-se do segundo foco da órbita lunar (o outro foco é a Terra), cuja posição é sensivelmente a mesma do apogeu lunar (ponto em que a Lua está mais afastada da Terra). Esse ponto não é fixo, desloca-se aproximadamente 40o por ano. A Lua Negra é um ponto altamente metafísico em um mapa astral. É de interesse principal para aqueles que buscam uma dimensão esotérica em Astrologia. Simboliza o oculto, o inconsciente, a parte que as pessoas não reconhecem facilmente nelas, a “sombra” no sentido junguiano do termo. Onde a Lua Negra se encontra é um polo de lucidez absoluta, de luz, tão ofuscante, tão intensa, que se pode querer recusar vê-la. Em seus aspectos dissonantes indicará um corte, uma falta, uma recusa, um vazio, e sempre representará no mapa astral de uma pessoa influenciada por ela alguma coisa incômoda e fascinante para os outros. (AUBIER, 1992, p. 256).

02/09/2012

Lua Negra (Lua Nova)



Lilith, também conhecida como Lua Negra (Lua Nova), é um ponto astronômico correspondente ao grau do apogeu da órbita lunar projetado na eclíptica zodiacal. O interesse por esse símbolo e suas eventuais interpretações astrológicas tem relação com os movimentos contemporâneos da libertação feminina, bem como as propostas de uma maior colaboração psicológica da interação masculino/feminino no indivíduo, com o processo terapêutico.
Os estudos que tem sido realizados por diversos astrólogos mostram a pertinência e a coerência entre o ponto onde a Lilith se localiza no mapa natal e a manifestação cada vez mais evidente nas pessoas dos significados desse símbolo. O modelo feminino permitido ao ser humano pelo padrão ético judaico e cristão baseia-se no mito de Eva, a mulher feita a partir de um fragmento do “primeiro ego”: Adão.
Os conteúdos psíquicos simbolizados pela Lilith são muitas vezes interpretados como a raiz da libido. Outras vezes são percebidos como geradores de poderes paranormais, inclinação para a bruxaria, mediunidade, etc. De qualquer forma, tudo o que se diga sobre a Lilith pode ser tão falso quanto verdadeiro, pois não passa de conjecturas (mesmo que baseadas em observação empírica) sobre uma potencialidade simbólica e ainda inconsciente.
Partindo de diversos estudos realizados, particularmente por astrólogos franceses, e no Brasil, pelo professor Zeferino Pina Costa, astrólogo reconhecido pela seriedade e profundidade de suas pesquisas, além da contribuição de observações, palpites, opiniões e intuições de diversos astrólogos e estudantes que se interessam pelo tema, pode-se tentar compor um painel inicial das possibilidades interpretativas deste símbolo no mapa astrológico.
As observações a respeito da Lilith no próprio horóscopo devem necessariamente levar em consideração todas as outras configurações planetárias. É importante não tratar com leviandade elementos simbólicos de conteúdos psíquicos profundos, procurando dentro do possível traduzi-los e compreende-los dentro da dinâmica existencial representada pela totalidade do mapa natal.
De acordo com as diversas fontes citadas, a Lilith poderia corresponder na carta astrológica aos seguintes elementos:


1. Ponto de frustração

A casa ou signo onde ela se encontra corresponderia a área de experiência (casa) ou arquétipo (signo) em relação a qual o indivíduo viveria com um sentimento inexplicável e constante de expectativa e insatisfação, mesmo que a experiência simbolizada por aquela área de experiência funcione satisfatoriamente.

2. Fator de inversão
As experiências representadas pelo signo ou casa poderiam acontecer de maneira inversa ao esperado, reforçando a frustração e a insatisfação quanto aquela experiência.

3. Canal de contato com outras dimensões
Diferentemente de Netuno, que representa o canal de acesso ao inconsciente coletivo, Lilith representaria um ponto de acesso ao “inconsciente do inconsciente coletivo”. Pode simbolizar também qualidades mediúnicas poderosas.

4. Mecanismo de evasão ou recepção de energia vital
Pela manifestação de Lilith através da configuração astrológica da qual participa (casa, signo e aspectos), o indivíduo pode liberar sem intenção grande quantidade de energia vital, esvaindo-se, muitas vezes, completamente. Da mesma forma ele pode absorver essa mesma vitalidade de outras pessoas.

5. Ponto de acumulação das energias não utilizadas
A experiência existencial e os princípios astrológicos dizem que a natureza oferece as oportunidades e ferramentas para que o indivíduo se realize e cumpra o seu projeto. Quando ele não aproveita essas oportunidades por qualquer motivo, a energia disponível e não usada se transforma numa espécie de lastro, o qual se incorpora ao sujeito, incomodando e atrasando a sua realização. É mais um fator frustrante, é tudo aquilo que deixamos de fazer e que deveríamos ter feito.

6. Conteúdos infantis não elaborados
A Lua representa no mapa natal os conteúdos primários instintivos, inclusive a experiência existencial da infância. A Lua Negra representaria as experiências infantis não vividas. Isso possibilita manifestações e reações bastante infantis onde ela se encontra, geralmente de forma compulsiva e exagerada.

7. Ponto de carisma
As configurações das quais Lilith participa no mapa são muitas vezes caracterizadas por um forte magnetismo ou carisma, especialmente quando o indivíduo atua harmoniosamente nas questões envolvidas. Talvez esse fenômeno esteja relacionado com o tipo de acesso a libido.
Existem inúmeras outras conjecturas relativas ao papel astrológico da Lilith, mas as citadas anteriormente são as mais facilmente observáveis no cotidiano de cada um de nós. São meros pontos de partida para um estudo mais aprofundado, para novas descobertas. A questão está aberta a quem estiver disposto a encará-la.
Referências ao modelo cármico, também atribuídas a Lilith por alguns estudiosos, exigiriam um trabalho mais extenso e especializado, além de ser pouco funcionais, estacionando na maioria das vezes no campo da especulação metafísica.