Lua Negra

Também chamada Lilith, é um ponto fictício na trajetória orbital da Lua ao redor da Terra; mais praticamente, trata-se do segundo foco da órbita lunar (o outro foco é a Terra), cuja posição é sensivelmente a mesma do apogeu lunar (ponto em que a Lua está mais afastada da Terra). Esse ponto não é fixo, desloca-se aproximadamente 40o por ano. A Lua Negra é um ponto altamente metafísico em um mapa astral. É de interesse principal para aqueles que buscam uma dimensão esotérica em Astrologia. Simboliza o oculto, o inconsciente, a parte que as pessoas não reconhecem facilmente nelas, a “sombra” no sentido junguiano do termo. Onde a Lua Negra se encontra é um polo de lucidez absoluta, de luz, tão ofuscante, tão intensa, que se pode querer recusar vê-la. Em seus aspectos dissonantes indicará um corte, uma falta, uma recusa, um vazio, e sempre representará no mapa astral de uma pessoa influenciada por ela alguma coisa incômoda e fascinante para os outros. (AUBIER, 1992, p. 256).

24/05/2012

Lilith, a Lua Negra

Lilith - the Dark Moon - Astrodienst



A Lua Negra não é um corpo celeste, mas sim o foco vazio da órbita da Lua em torno da Terra. Sua posição no mapa pode indicar sentimentos de falta, assim como o lado sombrio e escabroso da personalidade.


Em 23 de setembro de 1846, Johann Galle, do Observatório de Berlim, confirmou a presença de Netuno na posição calculada matematicamente por Le Verrier. Nesse mesmo ano, concordando com as ilusões e os enganos associados a Netuno, Frederic Petit, diretor do observatório de Toulouse, na França, anunciava a descoberta de uma segunda lua da Terra - fato que possivelmente teria sido esquecido se Júlio Verne, em Da Terra à Lua, não tivesse escrito:


Sim, meu amigo, ela tem duas luas, apesar de se acreditar normalmente que tem apenas uma. Mas esta segunda lua é tão pequena e a sua velocidade é tão grande que os habitantes da Terra não a conseguem ver. Foi por notar alguns distúrbios que um astrônomo francês, Senhor Petit, pôde determinar a existência desta segunda lua e calcular sua órbita. De acordo com ele, uma volta completa em torno da Terra demora três horas e vinte minutos...
Nos anos seguintes, muitos astrônomos, principalmente amadores, passaram a procurar a segunda lua da Terra.
  • Em 1898, o Doutor Georg Waltemath, de Hamburgo, comunicou ter descoberto um sistema de pequenas luas da Terra, fornecendo elementos orbitais de uma delas, predizendo que passaria em frente ao Sol entre 2 e 4 de fevereiro de 1898. Isso despertou grande interesse público e muitos danos visuais.
  • Em 1918, o astrólogo Sepharial voltou a considerar essa lua de Waltermath, dizendo que por ser escura não era visível a maior parte do tempo. Sepharial chamou esse satélite hipotético de Lua Negra ou Lilith. Com os elementos orbitais de Waltermath calculou suas efemérides para uso astrológico.
  • Em 1926, a revista astronômica alemã “Die Sterne” publicou que o astrônomo amador W. Spill havia observado uma segunda lua atravessando o disco da Lua, em 24 de Maio de 1926.
  • Quando os primeiros satélites artificiais foram lançados em 1957 e 1958, por registros fotográficos de suas posições, foi constatado que a Terra pode ter outros satélites naturais, próximos a ela, mas por períodos curtos. São meteoróides que tocam a atmosfera superior e perdem velocidade, fazendo com que alguns deles entrem em órbita, com um número de revoluções entre uma e cem, por um máximo de tempo de 150 horas. É possível que Petit tenha se referido a um desses satélites efêmeros.